sexta-feira, 25 de junho de 2010

O que é a avaliação de desempenho docente?

O processo da avaliação de desempenho docente implica, em toda a sua grandeza, a melhoria da escola, sendo a liderança um factor chave da eficácia da escola com sucesso. As lideranças devem caracterizar-se por propósitos firmes e pela determinação, pelo envolvimento da comunidade educativa nas tomadas de decisão e pelo exercício de autoridade profissional no domínio do ensino e da aprendizagem (Lima, 2008). Lima, demonstra-nos que a pesquisa na área da liderança comprova que “líderes excepcionais são pessoas fortemente proactivas” que exercem partilhando “as responsabilidades de liderança com outros membros da equipa directiva” e o “envolvimento dos professores nos processos de tomada de decisão”. No seu estudo apurou que as escolas são mais eficazes quando o corpo docente é responsável por encontrar as “finalidades e valores” comuns e por pô-las em prática colaborativamente (Lima, 2008:195 a 197). Assim, segundo autor, o ensino de qualidade relaciona-se directamente com a eficácia da escola e, este tipo de ensino depende da qualidade dos professores que trabalham na instituição.
E, neste sentido, o processo da avaliação de desempenho surge como um processo que, na perspectiva de Pereira (2009), permite que os professores conheçam o que se espera deles, os critérios, o feedback sobre o seu trabalho e a possibilidade de melhoria. Sendo que a avaliação de desempenho define-se como um sistema formal e sistemático que permite apreciar o trabalho desenvolvido pelos colaboradores de uma organização. Segundo o estudo realizado há mais benefícios nos modelos colectivos de avaliação de professores do que modelos mais individualistas. O estudo indica ainda que, a dificuldade em criar indicadores de desempenho adequados dificulta a reforma e a cooperação dos professores.
Contudo, a autora refere ainda outras dificuldades do processo, apontando a resistência à mudança como fazendo parte do procedimento, esta verifica-se porque os professores não se revêem na nova configuração, sentem-se injustiçados e, também, devido às características e diferenciação dos novos modelos implementados. São várias as dificuldades, por um lado os movimentos sindicais com forte oposição às reformas, por outro a resistência emana também do facto do sistema organizacional tradicional da educação ser oposto à lógica do mercado “implícita nos mecanismos de remuneração associados ao desempenho individual” (Pereira, 2009:17).
Assim, a classe docente busca a garantia de que a avaliação é válida e de confiança e os avaliadores são rigorosos e cumprem o estipulado. Só desta forma os professores poderão compreender e aceitar os novos modelos (Pereira, 2009).

Avaliação de Desempenho - Francisco Álvarez

Este trabalho apresenta duas aprendizagens relevantes. A primeira refere-se à necessidade de gerar uma cultura avaliativa na escola de forma a possibilitar a implementação de um sistema de avaliação do desempenho docente. O conceito de profissionalidade está associado ao desempenho eficaz no âmbito do saber fazer. “Desempenho que implica: saber diagnosticar, reconhecer os sintomas que caracterizam a situação, considerando forças e debilidades, como também os diferentes factores do contexto que podem contribuir para o mesmo. Por outro lado, saber sugerir e/ou propor meios para situação diagnosticada a fim de encontrar apoio nas suas forças e melhoria nas suas debilidades. Por último, saber controlar as acções sugeridas para verificar se estão a dar resultados ou se precisam de outro tipo de medida e intervenção. Aspectos em que não se pode crescer sem uma atitude pessoal de revisão séria e responsável sobre a própria prática docente” (pp104).
Desenvolver uma cultura avaliativa é um problema prático, de firmeza/perseverança, de empenho. O que significa romper mitos, temores e resistências que se têm ancorado no professorado. Ruptura que tem de ser feita pelos próprios profissionais num diálogo franco, aberto, aproveitando os meios disponíveis. A experiência mostra que é difícil, mas é possível se houver uma actividade avaliativa anual onde se encontra tempo e espaço para a sua implementação.
A segunda aprendizagem relaciona-se com o carácter formativo da avaliação de desempenho, sendo esta uma estratégia de crescimento profissional que contém informações para uma reflexão sobre a própria prática. Reflexão essa que permite o diagnóstico e a correcção de procedimentos didácticos. O que ocorre individualmente e em grupo. Assim, os estabelecimentos decidem o que de aperfeiçoar à luz da informação obtida na avaliação de desempenho docente, para que os ditos aperfeiçoamentos se convertam em respostas e necessidade reais e concretas.

sábado, 27 de março de 2010

Comunidades de Prática e aprendizagem em rede Prática

Iniciei recentemente uma actividade de animação de 4 Comunidades de Prática com um grupo de 4 coordenadores dos Clusters dos Centros de Recursos em Conhecimento (CRC) http://www.crcvirtual.org/. Os quatro clusters resultam do agrupamento em quatro áreas distintas dos 61 CRC que existem a nível nacional, em Portugal. Um primeiro centrado na Aprendizagem ao longo da vidaUm segundo sobre os temas do desenvolvimento regional e localUm terceiro relacionado com o e-learning e a formação de formadoresUm quarto sobre a inovação tecnológica e empresarial.Quatro Comunidades de Prática vão agora ser lançadas com pessoas que estão ligadas a cada um dos 4 clusters. E não só. Todos os interessados poderão integrar estas futuras Comunidades de Prática.O processo do seu lançamento e dinamização está em cursohttp://groups.google.pt/group/crc-aprendentes?hl=pt-PTVamos tentar realizar este processo procurando inovar e lançar bases de interacção verdadeiramente enriquecedoras.Partilharei alguns textos e informações na Escola das redes para colher pistas e aprender...em rede.


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O que são Comunidades de Prática?

O que são Comunidades de Prática?
Geralmente elas tem início com um grupo de funcionários que possuem interesse comum em compartilhar ideias, propor soluções, discutir as melhores práticas, possuindo os mesmos objectivos e desejam, voluntariamente, através desta troca constante de informações, solidificarem este conhecimento, disponibilizando a todos.
Possuem iniciativas próprias, se auto-organizam e normalmente acabam se formalizando, possuindo uma identidade e às vezes linguagem própria. São também conhecidos por COP, abreviatura de "Community of Practice".
Se comunicam geralmente por correio electrónico, mas às vezes também através de informativos, publicações ou reuniões. A própria Internet serve de apoio a estas comunidades, pois fornece vários elementos que auxiliam estas trocas como listas de discussão, troca de e-mails, fóruns, etc. Hoje já existem disponíveis aplicativos que dão suporte a este tipo de actividade, inclusive com acesso a banco de dados próprio e geração e acesso a documentos do grupo.
Estes profissionais começam a se contactar informalmente, por estes meios de comunicação, e através da exposição de problemas e soluções em conjunto começam a formar um Conhecimento, que é a base de tudo. Neste relacionamento não existem estruturas formais de hierarquias nem os seus participantes possuem localização fixa, facilidades que a INTERNET permite. Nesta verdadeira "rede de trabalho" os participantes podem ser de áreas diferentes da empresa ou pertencerem ao mesmo departamento e até pertencerem a diferentes companhias, ou seja, reunir pessoas que jamais se encontrariam de outra forma, visando o aprendizado em comum.
Este conhecimento pode gerar a tal vantagem competitiva. Por isso muitas empresas incentivam seus funcionários a criar e participar destas comunidades, pois elas são responsáveis pela transferência de conhecimento. Isto quer dizer que os funcionários disponibilizam sua experiência (expert) a favor do grupo, armazenando informações, criando e discutindo ideias, melhorando processos e buscando soluções, gerando a vantagem competitiva. É bom para os seus colaboradores como para as organizações em si.
Na Internet uma comunidade de prática pode ser conhecida também como comunidade virtual.
Por que o termo "Prática"?
Aquele que participa de uma comunidade de prática traz o conhecimento prático que obteve durante os seus anos de experiencia. Ele em conjunto com os demais membros do seu grupo podem trocar experiências e mudar a sua forma original de trabalhar. É diferente de um grupo de discussão, por exemplo, de motores de automóveis, onde um participante pode aceder listas, publicações sobre o tema, etc. mas não é um praticante, não trabalha com motores.
A Comunidade deve ter um "assunto" que é o tema comum a todos, relações entre este assunto e as pessoas participantes e a "prática" para ser partilhada. Desta forma as pessoas trocam ideias e aprendem a fazer juntas.
As empresas e as Comunidades de Prática
É sabido que as fontes de conhecimento nas empresas se encontra diluída entre seus funcionários, raramente documentado de forma aceitável. Em grande parte são do conhecimento apenas de funcionários ou grupos que possuam este conhecimento.
Um dos fortes motivos das empresas apoiarem estas comunidades é porque através delas este conhecimento fica facilmente agregado e mapeado.
A utilização de comunidades de prática é um importante passo na direcção da Gestão de Conhecimento.
Benefícios
Uma das descobertas mais conhecidas é que o aprendizado é uma actividade social, isto é, ele é maior quando ocorre troca de ideias em grupo.
São inúmeros os benefícios que essas comunidades podem trazer para as empresas, podemos citar: redução do re-trabalho, descoberta de novos conhecimentos, melhoria de processos, mapeamento das competências individuais e até a renovação do conhecimento armazenado, além de melhoria no fluxo de informações, práticas, lições aprendidas e experiências entre os funcionários.
Conclusão
Concluímos então que uma determinada prática de um funcionário pode, aos poucos, ser do conhecimento de todos e com isso fazer parte do conhecimento da empresa, rompendo suas barreiras formais.
Hoje é muito difícil para um profissional ter grandes conhecimentos de tudo que envolve o seu dia-a-dia. Então nestas comunidades o profissional pode trocar informações sobre um problema do trabalho, pedir ajuda, saber se seu problema já foi discutido e qual foi a melhor solução na época, etc.
Através da criação e do sucesso das comunidades de prática que o conhecimento organizacional se desenvolve, flui através das diversas unidades organizacionais. Desta forma as organizações promovem o aprendizado colectivo, a inovação organizacional e a integração entre suas unidades.

TIC e Inovação Curricular

TIC e Inovação Curricular
Revista de Ciências da Educação Unidade de I&D de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa
O Currículo numa comunidade de prática
Autor: Cristina Costa +
Resumo
Com este artigo pretendemos descrever o processo de construção do currículo no interior de uma comunidade de prática online constituída maioritariamente por professores de língua inglesa como língua estrangeira – os Webheads in Action (WiA). Centrais neste artigo são as temáticas do currículo flexível e construtivista, das comunidades de prática online e da formação de formadores. Para tal realizámos um estudo de investigação, de cariz qualitativo, tendo por base uma estratégia de estudo de caso, que será aqui sumariamente descrita.Como pontos-chave desta investigação, reconhecemos que os Webheads in Action são realmente uma comunidade de prática online, uma vez que reúnem as três características principais apontadas pela teoria da especialidade (Wenger, 1998a): (1) uma empresa conjunta; (2) um compromisso mútuo e (3) e um reportório partilhado. A par disso, apresentam, igualmente, outros elementos que permitem relacionar os Webheads in Action com as comunidades de prática: história, identidade, pluralidade, autonomia, participação, mutualidade, integração, futuro, tecnologia e aprendizagem (Schwier, 2002). Verificou-se, também, que a sua actividade assenta numa estrutura curricular flexível e aberta, segundo uma abordagem sócio-construtivista. A aprendizagem, centrada no indivíduo, ocorre em situações contextualizadas e autênticas, sendo essas práticas, e a comunidade, o próprio currículo (Wenger, 1998a).
Concluímos, ainda, que a actividade desenrolada no seio da comunidade gera uma dinâmica de grupo, que potencia aprendizagens significativas e viabiliza a formação contínua de professores de uma forma eficaz e motivadora.
sisifo@fpce.ul.pt http://uidce.fpce.ul.pt

sábado, 20 de março de 2010

Comunidades virtuais de práticas

Resumo
por Ana NevesMarço, 2002

As comunidades virtuais de prática são cada vez mais aceites e entendidas como um instrumento na gestão de conhecimento. Diluindo as barreiras geográficas e sociais, as comunidades virtuais de prática reúnem pessoas comungando um interesse comum. São comunidades que exploram as características da Internet e que oferecem benefícios muito concretos para as organizações que as adoptam e suportam. Entre esses benefícios encontram-se a redução de tempo, redução de custos, conquista e manutenção de clientes, e o aumento de criatividade.
Estas comunidades são um poderoso instrumento mas necessitam de uma cultura favorável à partilha de conhecimento. No entanto, elas podem ser também entendidas como um veículo para a conquista desse tipo de cultura. Isso pode ser conseguido através de incentivos que estimulem a troca de informação e conhecimento.
Para que uma comunidade virtual de prática possa surgir, consideram os autores os seguintes requisitos:
-a participação dos seus membros;
- benefícios claros para os seus membros; e,
- interesse do conteúdo.
Para além destes, é ainda importante que haja um clima de confiança entre todos para que se possa dar e solicitar informação.

Gisela Nina e Jayme Teixeira Filho, 14 Fev 2002
http://www.informal.com.br/artigos/a14022002_001.htm

As Comunidades de Prática de Professores


As Comunidades de Prática de Professores


O Desenvolvimento Profissional de Professores em CoP's online contributos para a gestão curricular.
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